O que é o amor? Pra cada um uma definição e todos acham que é o melhor sentimento do mundo. Me falam que ele é bom, mas é meio difícil de acreditar não é? Depois que acaba o amor, vem o ódio. E talvez o ódio já existisse e o amor fosse só uma desculpa, para o que na verdade, era raiva. E ninguém sabia. Apedrejavam um ao outro e amavam um ao outro. Viviam se contradizendo e se encurralando. Não sabiam mais se dariam certo e estavam por um fio. O que eles chamavam de carinho, se tornou agressão e o que chamavam de paciência, se tornou ciume mortal. Não se entendiam e mesmo assim, insistiram. Quando a corda estava próxima de arrebentar, se agarravam e juravam que não, que estava tudo bem. Abafavam os monstros e as brigas eram rotina. Eles se odiavam todos os dias e se amavam uma vez por semana. O que era aquilo? Não tinham amigos, não tinham relação, não tinham família. Tinham um ao outro. E juntos, descobriram todos os sentimentos e todos os palavrões que poderiam existir. Mentiam todos os dias, choravam todos os dias, se deixavam todos os dias. Não tinham paciência um com o outro e mesmo assim, insistiam em dizer que se amavam. Os gostos já não se batiam e as opiniões eram completamente diferentes. Mais uma briga, pra ver quem pensaria igual a quem. Brigavam e discordavam em tudo. Não tinha um dia se quer que não falassem coisas horríveis um para o outro. Ele não era para ela, ela não era para ele. Eles diziam o contrário e queriam continuar. Gostavam de sofrer. Cada gesto, era só pra machucar o outro. E como se machucavam. Uma facada no peito dela, uma facada no peito dele. Uma corda no pescoço dela, uma corda no pescoço dele. Pra onde correr agora? Ou se tornavam um de uma vez, se davam de corpo e alma, ou então tchau. Eles queriam se dar um para o outro, e tentaram. Sempre insistindo. O medo era achar que tudo que aconteceu foi em vão? Ou o medo era achar que ia ser tempo jogado fora? Embaraçavam-se. Os desentendimentos contínuos e cada dia um novo pedaço do coração de cada um deles, morria. Até que o coração cansou. Os corações cansaram. Já não batiam mais. Já não tinha mais sentido e por mais que procurassem sentido, havia tudo se apagado. Perderam o que sentiam, perderam o que chamavam de amor. Se perderam. Morreram, de amar, de odiar, de não saber o que sentir e ter medo do que deveriam fazer. Morreram. Não em alma, mas por dentro. Já não amavam mais ninguém. E morrer assim, estando vivo, é bem pior. É bem mais dolorido. Então, o que é o amor? Bom ou ruim? Dolorido, ou não? Vale de que? Sei que mata, por dentro, por fora, esgana, extrapola, machuca e faz tudo se desconsertar. Eu não tenho sorte com paixão, com amores, com sentimentos. Ele e ela também não tiveram... E talvez, um dia tenham. Ou não.
Afinal, quero entender o que é isso, que todo mundo enche a boca pra chamr de AMOR.
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