E era eu lá, mais uma vez, com meu coração na mão e os pensamentos em algo impossível. Atraída por ele, não sentindo amor, de forma alguma. Era atração, o saber que não pode ter algo e querer aquilo de todo coração e pensamento. Ninguém no mundo imaginaria e é bem melhor assim. Meus pensamentos ficavam presos em ilusões de ver algo por trás daquela aparência e de acreditar que dentro dele, também se passava algo por mim. Nunca negaram a admiração que tinham pelo que eu era, mas também nunca pensaram sobre os meus sentimentos e o que se passavam na minha cabeça naquele momento. E ninguém sabe o que se passa pela minha cabeça, toda vez que olho para ele e meus pensamentos voam longe, pra onde isso não é errado. Eu o amava. Amava como quem precisa de alguém a altura, como quem precisa de alguém pra amar e simplesmente, como quem precisa de alguém. Sem responsabilidades, sem consequências. Eu estava atraída por aquele jeito e por aquela coisa impossível. Até então, impossível era uma palavra que não existia no meu dicionário. E essa foi uma das várias coisas que ele fez mudar. Não podia, mas eu queria. E conviver com algo dentro do coração, preso. Algo que não pode ser, não pode acontecer. Mas eu não entendo esses sentimentos malucos. Ter que manter tudo guardado dentro de mim. E conviver com esse sentimento, todos os dias, quando o vejo. Quando não o vejo e quando penso em o ver. Acreditando todos os dias, sendo atraída todos os dias, sem poder fazer nada. Sem nem poder sentir-me atraída pelo sorriso, pelas brincadeiras, pelos gestos. Sem nem poder demonstrar qualquer tipo de afeição e carisma. E eu comecei a me martirizar todos os dias, por querer. Queria ele com todas as forças do meu coração, mas queria por simples prazer de conquistar algo que é impossível e que ninguém mais poderia. Queria por pensar que amava ele, quando na verdade amava o meu poder de querer mais, de conquistar mais. Queria por atração e não por paixão. Queria ele só para não deixar meu orgulho ferido e meu coração as traças, por não ter conseguido aquele objeto. Por não poder conseguir aquele objeto. Game over pra mim. Pro meu joguinho de brincar de conquistar, de brincar de ganhar e de ter. E eu queria ele, só queria por querer. E por não poder querer. Quando na verdade, ele não passava de um objeto impossível, que eu quis conquistar e não consegui. Só pra manter na minha estante, como todos os outros.
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