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Gabriela Macari Ribeiro, 17 anos, acadêmica de Biotecnologia na UFGD, residente em Dourados.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

TEXTOS INCOMPLETOS


Foram vários textos pela metade. Muitas folhas jogadas no lixo e muitos pensamentos passageiros, em branco. Eu não sabia do que falar. Queria sentir algo e ao mesmo tempo, eu queria continuar do mesmo jeito, intacta e protegida, atrás da parede de concreto que eu construí. Talvez eu estivesse cansada demais ou então indisposta demais para me expor através das minhas palavras. Ou então, era apenas medo, das pessoas me conhecerem, muito mais do que já conheciam. Pra ser sincera, eu não queria na verdade, mostrar meu ponto fraco. Não por insegurança ou então por acreditar que poderiam usar isso contra mim. Mas por não querer que as pessoas conhecessem algo meu, que nem eu conheço. Não queria enganar ninguém com minhas palavras sem nexo ou então, me contradizer, escrevendo aquilo que eu não sinto. Pode ser, que eu estivesse querendo sumir um pouco. Dos outros. Queria ser outra pessoa, ou então demonstrar minha mudança. E eu não sabia como. Mas eu não queria falar daquelas coisas bobinhas, ou então da minha vontade de se vingar. Eu não queria me tornar um monstro, mas também não queria ser boazinha demais. Não queria que me conhecessem pelo o que eu falo. Não queria nada e continuo sem querer. Continuo sem motivo algum, pra pegar um papel e escrever. Continuo com vontade de me expressar, mesmo sem ter como. Eu queria poder sentir tudo de novo e falar de algo que fosse bom. Mas como falar de algo bom, sem sentir algo bom? Quando na verdade, o céu e o inferno nem são tão diferentes assim. Onde o certo e o errado, não é verdadeiro e nem a verdade existe. Onde eu tenho dúvidas sobre tudo e falar o que? Falar sem ter certeza? E ser como todos os outros. Falar, sem acreditar no que diz. E sem querer, se perder nas suas palavras. Lembrar para os outros, o quão ruins eles são, por se acharem bons demais. Eu já estava cansada das histórias, da rotina, dos problemas. Só cansada. E não queria demonstrar. Foi sem escrever e eu estava entalada. Com as lágrimas nos olhos prontas pra escorrer, com as palavras presas na garganta, eu estava pronta pra gritar. Tudo, por causa de sentimentos, vazios. E junto deles, textos... incompletos. 

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