Inesquecível ou eterno? Foi verdadeiro.

E por onde começar? Do começo né Gabriela. Então vamos lá, segurando as lágrimas, se um dia ele ler isso aqui, ele vai saber que foi pra ele, e eu não to ligando. 

Todo mundo fala que ele não me merece, que ele é um babaca, que só me faz e fez sofrer. Eu também sempre achei isso, mas as coisas vão mais além. 

Ele era meu amigo. Era sim. Cansei de ligar pra ele chorando, de contar meus problemas, de confiar nele mais do que em qualquer outra pessoa. Compartilhar minhas felicidades, dividir minhas tristezas. Ele cansou de secar minhas lágrimas, de me abraçar, de me acalmar. Nem sei de onde vinham aquelas palavras de consolo que me davam tanta esperança. Só queria ser inesquecível, depois quis ser eterna.

Foram meses assim, eu do lado dele pra tudo, ele do meu lado pra tudo. Além de meu amigo, era meu menino, não completamente meu, nunca foi. Eu achava que era. Mas eu era dele, meu coração era dele. E eu respeitava isso. 

Muitas vezes, chegavam em mim, e diziam coisas horríveis ao respeito dele, e eu? Eu não acreditava. Bobinha. Ele era perfeito, um anjo. Mesmo que as vezes tivesse aqueles momentos péssimos dele, quando ele do nada ficava bravo e tinha ciume. Eu ficava presa nos olhos dele, nos braços dele, no sorriso dele. Ele podia ser o que for, eu pensei que o conhecia e o amava por isso. É, eu aprendi a conviver com as qualidades e defeitos dele. E ele com as minhas.

Uma história perfeita. Mas claro que tinha algo errado né? A terceira pessoa. Sempre tem alguma coisa. 

De repente, o que não importava tanto, passou a fazer diferença, a machucar a importar. Eu fui aguentando. Tantas vezes chorei até dormir, ensaiei textos enormes pra chegar nele e falar, mas quando estávamos juntos, eu travava, e não falava nada. Parecia que cada momento era o último. E isso me machucava. Como nunca havia me machucado antes. 

Eu aguentei? Sim. Até certo ponto. Mas alguma coisa me encurralou, e eu não tive outra alternativa, a não ser me afastar. Ok. Me afastei, horrível. Com um sorriso bobo, eu disfarçava uma lágrima. E ele me conhece bem para isso. 

Dentro de meses, eu confiei, eu me entreguei, eu amei. Achei que eu tinha conhecido o amor da minha vida, aos 14 anos. Bobinha eu. Quando do nada, seu telefone toca, e você ouve de alguém que você ama, que você é um nada pra ele, que ele tem ódio de você, que quer que você suma. Ok, você tenta ser forte, mas não consegue né? Chora. Mas quem disse que chorar é fraqueza? Chorar é desabafar. E foi isso o que eu fiz, chorei. 

Tenho o prazer de dizer, que amei. Amei sim. E ainda amo. Mas de uma coisa, eu tenho certeza, a pessoa que eu amei, não EXISTE, foi só algo inventado, por alguém tão sujo, tão insensível. Egoísta. Ele não merece uma lágrima minha, se quer, mas quem eu amei, sim. Merece. Por mais que tenha me proporcionado uma felicidade inventada, foi uma felicidade e eu darei valor nisso, como sempre dei. 

Posso ter todos os motivos do mundo, para querer destruí-lo, machucá-lo, vê-lo no chão. Mas para que tudo isso? A dor que eu senti e ainda estou sentindo, eu não desejo pra ninguém, nem mesmo para ele, que por mais que tenha acabado comigo, me jogado no chão, destruído meu coração e acabado com 4 meses, em 40 minutos, não merece. Não mesmo. Talvez eu merecesse, ou não. Mas é nos momentos difíceis que a gente aprende. Mas eu sempre ei de me perguntar se foi real, se foi verdadeiro para ele. Independente da resposta para minha pergunta, para mim foi. Aconteceu.